SALAMALEQUES E RAPAPÉS NAS CORREDEIRAS DO RIO
Vim aqui me visitar. E encontrei esse vazio,
pleno de azuis bordado em saudades.
E vi um sol com cara de lua
me espiando feito estrela despida de solidão.
Vim, eu mesmo, me visitar.
E senti falta da lagarta de fogo, da centopéia amarela.
E da boléia do caminhão de lata.
E das rodinhas do caminhão de tampinhas de guaraná.
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E virei barco e charco. Coisas do arco da velha bifelha cucurutelha maracutelha.
E me fiz de tanta coisa que nem sei mais.
Pois vim, então, me visitar. Da terra dos inhantes.
Daqueles tempos que nunca foram de ter sido assim.
Dos distantes, vim. No aos poucos me acheguei.
Cortejando as lonjuras. Vim eu mesmo me saudar.
Cheio de salamaleques e rapapés.
Desaguei, quase. Na foz daquele mar.
E só encontrei uma goiaba furada de bicho com tristeza de lua a me espiar.
O resto não sei. Por isso não vou mais contar.
Zé perequeté, tira bicho do pé pra tomar com café.
E moleque serelepe, deixa de salamaleque, e se desafasta de rapapé.
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(republicação do texto RIO DE MIM, que foi REESCRITO e teve o título modificado hoje).