Me enterraram em mim (Agonia no escuro)

Meu coração dói e hoje não sou nada, não fui nada. Algo se foi e eu fui, fiquei os cacos, eu me fui. Me roupeu uma corda em meu peito, meu coração está em pedaços, desacordado, e acabado é como estou agora. Estou morto e esqueci de partir, meu corpo, torpe e torto, minha alma nele se afoga, as minhas lagrimas me descem a garganta apertada, apertado, o meu peito está, sufoco, me sufoca. Debato-me em mim mesmo, sem coração que me vê, sem coração que me sente, estou cá em mim só, profundamente em mim, só. Enterrei-me ou me enterraram em mim, quanta terra! Quanta morte! Escuro, sim, estou. Me perdi da minha vontade, não amo, não sou dor, não sou trevas, mas cá estou nesta floresta escura, e procuro a luminaria e o calor da luminaria. Meu coração partiu, mas ele sente, ainda sente, e então sofre. Que amor, ó meu céu, irá me tirar daqui?