PASSAGEM
Nas pernas velozes que ultrapassavam o som do vento
Levavas varizes como mapas desorientados de geografia,
Nos braços que balouçavam sem ritmo no andar agitado
Carregavas o fardo da mala cheia de divisórias de memória,
No rosto que erguias cortando o frio do sol que se escondia
Mostravas paisagens transluzentes de infinito nos olhos.
E assim passaste no passeio cinzento e frio
Que atravessa a minha rua de vocábulos esquecidos.
Peguei no papel de mim e rasurei a tua breve passagem.