PSIQUISMO FETAL

Que barulho esquisito,

Nove meses sem parar,

Num lugar apertadinho,

Todo molhado e sozinho,

Em emersão um liquido fertilizante...

E os sons que vem de fora

São conversas sufocadas...

Não é contralto,

Barítono ou tenor,

É soprano!

Que vai cantar em seu ouvido

O sentido do amor...

Envolto num saco transparente

Ligado a um umbigo

Começa assim a história

De um sujeito atrevido...

Se, batidas são compassadas

E a voz é de açúcar

Os estímulos positivos

Vão trazer ao mundo

Um ser tranqüilo...

E assim muito cedo, já se faz filho

A entender a sua mãe...

Se rejeitado esse sujeito,

Mesmo antes de nascer

Vai chegar a esse mundo

Já sabendo o que é sofrer...

Vai querer se isolar

Vai fugir no mundo real

Vai criar ilusões de que ser feliz,

Não é normal...

Ao perceber as sensações

Do mundo aqui fora

Vai forma suas emoções,

Ao registrar sua memória...

Ó que séria responsabilidade

De lançar-se assim no horizonte

Um sujeito que precisa

Ser amado e ser seguro...

Vai do feto,

Ao homem velho

Do inocente,

Ao ser profundo

É no ventre da vida

Que esta escrito o destino do mundo.