PRELUDIO DE UMA OFICINA

De que sonhos estavamos falando,

Se os mesmos foram sucumbidos pelos anseios

Em forma de medos?

Os medos de Luciana’s se fecharam na fala:

Não quero ser escritora!

Mesmo que já tenha escrito...

De que medo Luciana nos falava?

Os medos de Rita’s,

Que nos aprisionavam em suas poesias, temendo o tempo,

O mesmo tempo que compõe seus sessenta cadernos

Meio a falta de tempo...

De que tempo Rita nos falava?

Annabel’s abraçou a causa dos cacos da vida,

Que, ao longo de uma jornada

Amparou em seus braços

Um ultimo sopro de vida...

O que quer uma vida tão jovem

Ir de um extremo ao outro a cuidar

De tantas mazelas?

De que cuidado nos falava Annabel?

Daniela’s, mulher de voz imponente,

Forte, mesmo que eloqüente,

Em suas lagrimas se fragiliza...

Necessito dormir!

De que sono Daniela nos falava,

Quando seus sonhos sucumbem sua fala?

Stela, constelação.

Que ridículo o que nos revelava.

Nos falava de homem aranha

Que escalava suas janelas.

Nos trouxe em forma de desespero

O abstract de sua primeira produção...

Mesmo que ela tenha negado,

Que escrever não seja para ela,

Veio em forma madura

A nos mostrar o que há

Em torno de suas janelas...

De que janela fala Stela

A ser escalada por seu super herói

Como se estive a salvar uma donzela?

Rosi’s

No silencio de suas leituras,

Embalava-nos por meio dos autores,

A nossa própria escritura...

Veio de Barthes a Pichonm

De Drumonnd, a Saramago

De Fernando Pessoa, a Ana Costa,

A nos fundamentar enquanto autoras,

O que há em torno de cada folha...

De que silencio Rosi nos falava?

Perdoem-me se me autorizo

A escrever outra vez.

É que mesmo depois de tanto tempo,

Ao ter feito parte deste grupo

Me fundo com vocês...

Não sei se escrevo de mim,

Ou se deixo para vocês,

Mas escrever me liberta a alma

Ao reler tudo outra vez...

Que temor que há e mim,

Que me coloco a escrever

Como se ao escrever

Eu encontrasse a respostas

De tantos porquês?

De que escrita eu escrevo?