NUM FINAL DE UMA TARDE QUALQUER
De: Ysolda Cabral
 
 

 
Há muito que não canto, nem encanto e desencantada ando. Claro que continuo olhando à vida com os olhos da poesia. Entretanto, eles choram mais que sorriem.
 
Há tanta coisa fora de lugar!
 
Há tanto sofrimento pairando no ar!
 
A gente recorre aos sonhos e só consegue sentir saudade de quando pensávamos que um dia eles seriam viáveis.
 
A juventude nos leva a tantos enganos!
 
Já a maturidade nos leva à insanidade e muitas vezes a atitudes inexplicáveis.
 
- Como contê-las?
 
-  Como detê-las?
 
Estou insana, estou inexplicável, me sentindo dentro de um redemoinho sem forças para sair e cruzar a linha que me levará a paz desejada ou, ao fim do labirinto do nada.
 
Chega de tanta asneira, de tanta besteira, de tanto faz de conta sem sentido.
 
Ainda tenho muito pra viver...