O CORPO

Casa nobre,

Que te protege das intempéries

De tua sina...

Vivenda de tua alma

Suporte de tantas feridas...

Mantém-se ereto,

Firme ao chão

Quando morada bendita

Até o ultimo sopro de vida...

Quantas moradas malditas

Disputando heranças perdidas

Pela beleza da carne

Como único sentido da vida...

Não importa quantos cômodos

Se mansões ou pobres chalés

Para bem dizer-te a sorte

Da vida como ela é...

É o corpo que suporta,

Os enfrentamentos da vida...

Assemelha-se a uma gaveta

Como carcaça esquecida

No deserto do mundo,

Cicatrizando as feridas...

O corpo consumido pelo tempo

Das rugas de tua idade

Crava em teu peito a saudade

Do viço da mocidade...

O corpo matéria perene

Onde se há vida,

Faz sentido,

Enquanto a alma entende

Que é dela essa morada...