Se os galhos daquela árvore pudessem abraçá-la

Com olhos morosos enamorou-se daquela exuberância tortuosa.

Não pode resistir ao frondoso infinito do balançar das folhas

que agitavam-se com o toque suave do vento

que também fazia dançar os longos fios negros.

Vinte verões e um recém-impulso de escalar aquela estrutura

como que para escalar a própria agonia, para assim superá-la.

Lânguida e perdida na existência efêmera do orvalho

pôs-se a abraçar aqueles vigorosos braços inertes

que tão piamente acolhiam a sua solidão.

Se os galhos daquela árvore pudessem abraçá-la

seria o melhor consolo que ela poderia ter em toda sua vida.

Leitora BNFS
Enviado por Leitora BNFS em 24/01/2012
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