ENCOBERTA
Dissimulada,
Caminhas entre os abrigos
Que te protegem
De tantos animais...
Feroz,
Acreditas que tua aparência
Disfarça o sonho mais fugaz...
Disfarçada,
Protegida em tua capa velada
Apresentas a santa que aguça a fé
Em tantos altares...
Peçonhenta,
Escondes o antídoto
Como forma malévola de
Levar-me a morte...
Deletéria,
Exalas o fel
Onde tuas entranhas
Aprisionam meus desejos
De devorar-te a carne...
Nociva,
Encobres na face
A verdadeira imagem
Que ocultas com as doces palavras
Que embalam os sonhos
De qualquer belo rapaz...
Venenosa!
Albertina Chraim