Nada Sei
O que se tornou o homem à procura de sua realização?
Deveras, uma contradição de seus princípios, um corre-corre em uma busca perdida pra aumentar a potência. Tudo que pode ser encontrado escorrerá pela goela abaixo, quando se reencontrar perdido no nada. No que meramente foi desapropriado pelo descaso da inquietação. O que a humanidade espera em encontrar, depois de tanta sonegação? É preciso ter mais cores no arco-íris da vida. Não se sabe reencontrar quando se perde na estrada da busca. São feitos do nada, são desfeitos em si mesmo pelo egoísmo, e da carência daquilo que os completam. Que horror! Não se sabe mais a medida de um olhar, das palavras que os olhares escrevem, da diferença espessura de lágrimas, do silêncio que se quer ouvir, substituido, e aquele que quer falar. Da pergunta que precisava ser feita, do momento certo de sair. É preciso não desenhar formas de pessoas, serem movidas de dentro pra fora, não na ânsia de corrigir sua grandeza. Não ser escravo de pouca covardia. É preciso não mudar a face quando se trata de potência, deixar a robustez escorrer. Retocar a agenda, incluir horários, pessoas e arrancar registros cheios. Esvaziar a lixeira, sobressair dentro de si e ser tocado lá fora. Limpar a lixo, os olhos, não retocar apenas o verniz quando se encontra.