Vazio

Era o nada. O quarto escuro. Uma música estranha. Uma garrafa pela metade. Um homem indiferente e nenhuma coisa mais.

Tudo ali parecia parado no tempo. Algo quase que divino no seu olhar a parte. Uma contemplação desmotivada. Um suspiro.

À tarde ensolarada. As pessoas conversando na praça. As crianças brincando. Os trabalhadores suando. E ele ali. Bastando a si mesmo. Seu tudo era o nada.

O vazio do existir o enchia de uma falsa esperança finita. De uma verdade crua e apocalíptica. Sua sabedoria era sublime porque lhufas sabia.

Senhor de sua vontade. A vontade mais perfeita alcançada. A vontade do nada. O desejo inconstante de permanecer parado no tempo.

Sua imagem a mesma sempre. Seu semblante imortalizado. Um olhar sem expressão. Um quadro atemporal. Uma pincelada que paralisa o momento.

O nada. O homem. E o pequeno quarto escuro.

Laranja Jack
Enviado por Laranja Jack em 23/01/2012
Código do texto: T3456305
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