Vazio
Era o nada. O quarto escuro. Uma música estranha. Uma garrafa pela metade. Um homem indiferente e nenhuma coisa mais.
Tudo ali parecia parado no tempo. Algo quase que divino no seu olhar a parte. Uma contemplação desmotivada. Um suspiro.
À tarde ensolarada. As pessoas conversando na praça. As crianças brincando. Os trabalhadores suando. E ele ali. Bastando a si mesmo. Seu tudo era o nada.
O vazio do existir o enchia de uma falsa esperança finita. De uma verdade crua e apocalíptica. Sua sabedoria era sublime porque lhufas sabia.
Senhor de sua vontade. A vontade mais perfeita alcançada. A vontade do nada. O desejo inconstante de permanecer parado no tempo.
Sua imagem a mesma sempre. Seu semblante imortalizado. Um olhar sem expressão. Um quadro atemporal. Uma pincelada que paralisa o momento.
O nada. O homem. E o pequeno quarto escuro.