CONVERSAS DE BOI DORMIDO EM PASTOS DE ALECRIM

Desde menino me apalavrei. E sei cavoucar mesmo é despensamento.Verbos de acarinhar desações, de fazer miudezas em adjetivos e batizar nomes no reinvento dos substantivos. Coleciono-os e os colo em folhas soltas ao vento. Pois em gavetas não se põe alumbramentos. E nem a gente que é desviva se deve negar a brisa, que por lá também a vida respira, mesmo em lápis de outra cor. E se bordam no céu garatujas, o verde no azul que cobre de neve e cristal as palavras com os dedos nos lábios do silêncio. De tudo isso e mais letrinhas de não mais coleciono. Menos gramática que até hoje desaprendo. Álbuns em penugens, em olhos de arco-íris e em costelas de bolhas de sabão, tudo isso colo e desprego bem debaixo do meu travesseiro de fantasias.

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Por isso, em desde menino, não me assustam os dragões cospindo princesas e nem os sapos dobrando as esquinas. Feito ingá debruçado nas margens do livro lendo as páginas dos rios que navegam em mim.

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"A sua escrita assim,

cozida em fogo de lume

e brincada em ramos de fumos

com aventuras de aromas,

sabe-me a vontade aprendiz:

apetece-me ao desafio."

(TERA SA)

Querida amiga: aprendizes somos uns dos outros. E também da flor.

E desse carinho teu. Principalmente. Lindas palavras, as tuas.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 21/01/2012
Reeditado em 26/01/2012
Código do texto: T3453509
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