MIRANTES
Olhos perdidos, distantes.
Que, de instante em instante,
Paralisam os demais sentidos que tenho.
Qual um ser que pudesse ter o poder,
De caminhar sobre o vento,
Atingindo um alvo sem vê-lo,
Apenas por senti-lo no peito,
Em tato diferente, mas que desmente,
Que a saudade é apenas essência,
Materializando-a em densas gotas,
A rolar dos mirantes singelos olhos,
Que contemplam o horizonte,
À luz da lua, sem anoitecer.