::: Ponte de Estrelas :::

Ininterrupta, só mesmo a alma. Constante, leve e ligeira. A verdade é que a única coisa que realmente existe é a alma, povoada de sonhos, do que somos ou éramos. Daquilo que chamamos sentimentos, amor. Alma cheia de saudade e medo e desejo de ser somente alma, sem corpo, sem molde, sem rotulação.

O tempo passa, os sonhos mudam, as pessoas se vão e a memória é a extrema companheira de dias vazios, lembranças da alma e não do corpo. Porque um abraço de nada serve se não for de alma. Sem alma, o corpo é apenas um saco de ossos empoeirados andando por aí. Os segundos soam lentamente, mas o tempo é rápido demais e te leva da mesma forma que te trás até aqui.

Ninguém nunca imagina que por trás das minhas rimas e versos existe um coração meio poético, meio alienado que se esquece de viver. Grande erro! É inevitável clichês, mas o tempo realmente passa... A vida se perde por aí, num piscar de olhos!

Vida, alma, chances e o que fazemos com tudo isso? Deixamos as lembranças que poderiam nos marcar por medo de tentar e de sentir... E então... aquele abraço não entregue, os beijos perdidos no silêncio, as palavras que ficaram intactas na ponta da língua, o sentimento que quis acontecer e simplemente ficou morrendo num pedaço do coração... E aí não existe mais tempo, desenha-se uma ponte de estrelas entre a vida e a morte...

Ficam adeus, choros, orações entre os dentes e um "eu te amo" engasgado na garganta!

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 21/01/2012
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