DESLEMBRANÇAS E DESQUERENÇAS DA MAIS COMPLETA NULITUDE

A solidão esmerila a alma

e um pó azul de imensidão me enverdece por dentro.

A noite é um ninho de sonhos, vespas me comendo.

De pesadelos amadureço.

Viver é um desmorrer incompleto.

Come os espinhos, palita os caminhos e cospe os dentes.

Eu sei de mim. Dos outros ignoro as defeititudes.

Querenças de mal são bichinhos tolos remoendo as tripas do coração.

Foi aí que descasquei desatinos e me enchi de vazios por completo.

Transbordei migalhas e um sopro de formiga.

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E cismando de... assim fiquei.

A ouvir segredos de estrelas cadentes.

Mas o tempo fechou e a chuva se abriu e o vento se desinventou.

Apenas os rios, os versos dos rios,

virados do avesso, se empedraram enfim.

E as samambaias e as hortências medravam por ali.

Trincando a pedra, sorriram urtigas e zombaram de mim.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 20/01/2012
Reeditado em 26/01/2012
Código do texto: T3452123
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