Delírios...
Esperou-me a insõnia, espancou-me entre a meia lua e a noite nua. Estrelas regurgitavam nos céus pedaços de sonhos, martelando incansavelmente em minha mente, sementes.
A morder do fruto não nascido, rompi a pele, libertei dos meus pensamentos, desejos proíbidos. Nascidos antes da colheita, tenros, prematuros, crus, povoaram minhas retinas em um convite ao perigo. Livres, em posse do meus poros, orvalharam travesseiro, lamberam meus cabelos.
A um passo, de fora, a noite, me olha...
Conta seus ponteiros, alisa suas saias, suas anáguas. Cobre-me com seus véus, oferece-me seus segundos em troca do meu mundo...
A mercê dessa senhora, seus vassalos e escravos imolam-me. Insônia e libido, comigo, brincam...