Vivos
Vivos, eu e o caos,
à beira do nada,
sobre o mesmo tampo gélido
daquela mesa solitária.
Superamos a loucura.
Fomos ao embate mais etílico,
saboroso, inclusive.
Personagens cálidos do evento beneficente,
personagens atípicos,
presos às raízes,
presos à miséria da reciprocidade.
Aquele velho uísque traiçoeiro
e minha carcaça atrevida.
Sem petiscos,
sem molhos,
sem companhias que pudessem
nos matar ou sugerir sobrevivência.
Tão vivos.
Umas verdades que te esquecem
sempre na mesma estação,
à espera do mesmo trem,
vivo, ao vivo, fumaça.
Vivos, eu e o caos...
e assim se faz a história (a dos livros).