Vivos

Vivos, eu e o caos,

à beira do nada,

sobre o mesmo tampo gélido

daquela mesa solitária.

Superamos a loucura.

Fomos ao embate mais etílico,

saboroso, inclusive.

Personagens cálidos do evento beneficente,

personagens atípicos,

presos às raízes,

presos à miséria da reciprocidade.

Aquele velho uísque traiçoeiro

e minha carcaça atrevida.

Sem petiscos,

sem molhos,

sem companhias que pudessem

nos matar ou sugerir sobrevivência.

Tão vivos.

Umas verdades que te esquecem

sempre na mesma estação,

à espera do mesmo trem,

vivo, ao vivo, fumaça.

Vivos, eu e o caos...

e assim se faz a história (a dos livros).

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 18/01/2012
Reeditado em 06/02/2016
Código do texto: T3447815
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