Carta ao passado

Adormecendo num sonho de ilusões profundas,

Meu ser enfeita-se de cores escuras,

Amordaçado pra não gritar, o que esta preso dentro de mim tem se tranquilizado com a minha arrogância,

Isso me faz mal,

É como um lobo rasgando as minhas entranhas,

Mas tenho que me prender a essa face, pois não consigo ficar correndo o tempo todo, em busca de respostas absurdas feitas de magoas,

A dor hoje parece inexistente,

Aprendi a conviver com isso, aprendi a supera-la, mas ela ainda existe,

A vida me ensinou que sofrer nada mais é que questão de escolha,

Estou satisfeito com o que procuro agora,

Mesmo amordaçado, ainda consigo gritar,

Mesmo ferido consigo lutar,

Mesmo triste consigo sorrir,

Andei por meses amargurado por ter perdido o que nunca tive, e hoje percebo que na verdade era tudo uma questão de prazer e luxuria,

As tentações que a carne enfrenta tinham passado pra minha alma,

Mas não me sinto mais só,

Ainda sou um tanto vago e indisposto,

Mas todo aquele inferno foi diluído em lembranças vagas e incompletas,

Nem me lembro de como tudo começou,

Mas lembro do eu que deixei em ‘’lugar nenhum” quando decidi seguir em frente e apenas deixa tudo como um mero passado,

Um mero “faz de conta que aconteceu”.

escrita em 06/08/2010