INCANDESCÊNCIA
Jorge LinhaçaArandú, 25/05/2005Na noite escura apenas uma tênue chama, como uma antiga lamparina à azeite.Seu brilho amarelado ilumina a tua face e, pouco mais do ambiente em que nos encontramos.Pouco percebo além dos contornos dos objetos ao nosso redor, na penumbra só se destaca teu corpo em movimentos suaves e seguros.Não resisto a comparar-te com a lâmpada, assolada que é minha mente por tais semelhanças.A lâmpada acesa que afasta as trevas do quarto, nos acolhe e aconchega em uma penumbra suave e romântica, dando ao nosso amor pressentido e consentido, ares de um jantar a luz de velas.Já a luz que emana de ti...ah essa é mais pura luz que já vi, ilumina meus sentimentos e caminhos, eu que de tanto caminhar sozinho, nas brumas envolto me encontrava.Esse sentimento que permeia minha alma, é o fruto desse doce iluminar que me ofertaste.E agora na penumbra serena do nosso ninho, sob a luminosidade da chama reticente da lâmpada, e o brilho estrelado de teus olhos reluzentes, que denunciam um amor grandiloquente, me entrego de vez a essa doce demência, hipnotizado que estou pela tua incandescência