DESAPEGO

Desapego-me de meus pertences

Para apegar-me a ti

Como forma de libertar-me

Daquilo que me separa de ti...

Se é a distancia que nos separa

Das parcas coisas que tens

Então divido contigo parte de meu quinhão...

Se a vida me abastou

E á ti pouco te deu,

Então começo agora

A repartir parte do que é meu...

Mas saiba você meu amigo

Que tem algo que não te dou...

Não peças jamais que eu mate

Minta ou quebre minhas juras de amor...

Pois esses apegos são coisas

Que não deve haver renuncia...

Desapego-me de tantas coisas

Que a vida pouco me deu

Pois o maior apego que tenho

É a vida que Deus me deu...

Conservo a liberdade,

O primeiro beijo de amor,

Guardo tantos doces sorrisos

Recordo de tantas saudades,

Das coisas boas da vida...

Pois esses são apenas os apegos

E em nos devemos guardar...

O restante são coisas efêmeras

Passageiras como a nos visitar...

E você que se desapegou ,

De tantas coisas da vida

Deve saber do que estou falando

Quando viu-se livre de tantas

Magoas guardadas em seus porões...

Desapega-te!

Albertina Chraim