Cartesianas
 
Enquanto penso que sou escrevo
E mil almas dormem
Mil almas nascem
Mil almas morrem
Mil almas amam mil amores vãos
E nascem, dormem, morrem...
 
Enquanto escrevo sou o que penso
Essas almas que nascem
Que dormem e que morrem
Almas que amam todos os amores que vão
Sem terem nascido
Que não dormiram nem morreram...
 
Enquanto sou penso que escrevo
O que mil almas ainda calariam
E em mil vidas não diriam
Dos amores que viriam
Que não seriam o que não penso nem escrevo
Que só seriam, sem dormir nem morrer...
 
Enquanto sinto, sou, penso e escrevo
Enquanto imagino o quanto quis e não fiz
Amanheço um pouco menos infeliz
Enquanto o silêncio dorme morre
E cada palavra renasce
E se faz poema para não dizer...
 
Enquanto ainda brilho sou luz
Mas quem olha não diz...
 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 13/01/2012
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3438540
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