A poesia não cabe em mim com tantas outras coisas.
É só quando me esvazio completamente que ela vem
e esvazia ainda mais tudo o que nunca foi preenchido.

Ainda que feita de palavras, a poesia não se dá com elas.
Nasce de um silêncio absoluto e absurdo, absorto...
e é nesse silêncio que ela é tudo; e nele é que ela vive.

Poesia nenhuma cabe nas palavras, que são pobres e poucas.
A poesia não é nem algum pensamento ou coisa parecida,
é talvez o olhar que antecipa o que se pensa ou o que seja
e decide o destino das palavras que nunca tiveram destino.

Como essas palavras perdidas que grito sempre em desatino
do fundo do silêncio absurdo e absoluto
da minha absurda e absorta poesia...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 13/01/2012
Reeditado em 19/05/2021
Código do texto: T3437751
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