Dores de parto (culpada)
Dores de parto (culpada)
Fui feita da tua costela
Meu corpo saiu de ti
As dores de parto eternas
Para mim, foi só parir,
Teria que suportar
As maiores covardias
Advinda da tua vaidade
Do teu ego malévolo
Da supremacia,
De tuas vontades
Que eu teria que realizar,
Satisfazer teus mais estranhos desejos.
Como se isso não fosse o fim
Ainda pediste a Deus que me desse
Um filho ruim.
Dei à luz em trevas densas
Sem penhor sem recompensas
Para magnificar o estado da consciência,
Para santificar os homens
Que não usam a sapiência.
Vivo para dar prazer
Não me importa as desavenças
Foi-me tirado o quinhão
Da terra da persistência
Tive que me acostumar
Com um padecer dorido
Nas costas carrego a culpa
Do paraíso perdido.
Brasília 18/12/2006 Evan do Carmo