Dores de parto (culpada)

Dores de parto (culpada)

Fui feita da tua costela

Meu corpo saiu de ti

As dores de parto eternas

Para mim, foi só parir,

Teria que suportar

As maiores covardias

Advinda da tua vaidade

Do teu ego malévolo

Da supremacia,

De tuas vontades

Que eu teria que realizar,

Satisfazer teus mais estranhos desejos.

Como se isso não fosse o fim

Ainda pediste a Deus que me desse

Um filho ruim.

Dei à luz em trevas densas

Sem penhor sem recompensas

Para magnificar o estado da consciência,

Para santificar os homens

Que não usam a sapiência.

Vivo para dar prazer

Não me importa as desavenças

Foi-me tirado o quinhão

Da terra da persistência

Tive que me acostumar

Com um padecer dorido

Nas costas carrego a culpa

Do paraíso perdido.

Brasília 18/12/2006 Evan do Carmo

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 11/01/2007
Reeditado em 24/11/2008
Código do texto: T343608