QUEM CALA CONSENTE.

 

 

 

 

Tempus est optimus judex rerum omniun!

          (O Tempo é o melhor juiz de todas as coisas!).

 

 

 

Eu já afirmei isso uma vez, mas agora não sei mais aonde foi, tenho a impressão que foi numa prosa ou numa das minhas confissões em um dos ordálios da minha vida.

Uma coisa é certa, não vou mais me submeter a nenhum ordálio, porque evidentemente, eu não sou um réu, mas se estiver sendo considerado culpado (réu), exijo os favores da lei: In dubio pro reo!

Entretanto quero ratificar que o silêncio na maioria das vezes fala mais alto do que nós imaginamos.

Ou, quem sabe, ela pensa em dar a sua melhor resposta com esse silêncio penitencial.

Não estou querendo falar daquele silêncio, quando uma pessoa se retira do burburinho para um determinado lugar, a fim de se editar ou tentar uma conexão com o inescrutável, com a consciência ou, propriamente dito, com o Divino que está em si.

Estou querendo abordar aquele mutismo que uma determinada pessoa impõe a outra, assim como a gente fazia quando era jovem, geralmente infante.

Estou de mal, não falo mais contigo!

Odeio-te!

Não quero mais papo! Zé fini!

Eu acho que no fundo é uma maneira inconsciente de dizer o seguinte:

Eu te amo nojento (a)!

Tu não prestas mais eu te amo!

Eu te amo seu cachorro ou sua cachorra!

Dizem que depois desse arranca-rabo, o amor explode com toda a sua dose de irresponsabilidade.

O amor para ser realmente amor, tem que ser irresponsável e, de vez em quando, terá que vir bordado ou imbicado por uma briguinha, porque o bom da briguinha é o momento do armistício ou da famosa proposta: vamos “fazer as pazes”?

Quantos beijos, quantos arrulhos, quantas esfregações gostosas e, depois, o coroamento entre um soluço e outro sorvendo as lágrimas de amor, antes, durante e depois daquele orgasmo santamente concedido e sentido.

Eu te amo seu bobo (a)!

Tu és meu até que a morte nos separe!

Não briga mais comigo tá, senão, eu não te amo mais!

Mais beijos enlouquecidos, intermináveis e desbragados, com os corpos suados e em frêmitos gostosos, respondendo e informando da satisfação sentida pela alma.

Isso é lindo, o amor é lindo como diz o chavão, é tão lindo que, as pessoas chegam a se misturar e não são mais capazes de se separar, tornam-se unas e indivisíveis.

Esse é o amor verdadeiramente comungado, misturado, interpolado, justaposto, enxertado e intercambiável.

Uma loucura, talvez um arrebatamento sentido por esses demiurgos que são os humanos, quando experimentam o divino prazer orgástico.

Esta prosa mais se parece com um advogado tentando legislar em causa própria.

Eu acho que estou esquecendo que: Judex in causa propria nemo esse potest. (Ninguém pode ser juiz em causa própria)

Na verdade, eu já senti todo esse êxtase, foi bom, talvez divino.

 E agora, tenho a impressão que nem Marco-Antônio sentiu essa sensação prazerosa nos braços de Cleópatra.

Comigo, eu acho que não é mais possível um “replay”, porque os sonhos feneceram, os projetos caducaram.

E ela enterrou o seu sorriso para sempre, junto a uma orquídea “Phalanaeópsis White” talvez para sempre.

Somente a Dona Zaíde não sabe, porque se soubesse lhe puxaria as orelhas.

Faça isso Dona Zaíde!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 11/01/2007
Reeditado em 21/01/2007
Código do texto: T343367