Destino incerto

Aquilo que parecia morto, agora ressurgiu.

Aquilo que parecia distante, nunca esteve tão próximo...

Em um descuido do destino resolvi olhar pra trás e vi você habitando novamente no lugar que sempre lhe pertenceu, mas que nunca eu quis admitir.

Eu, que tive tanto medo de machucar-me, agora vejo-me entrar, por impulso, no mesmo barco que um dia comigo naufragou. É quase um suicídio, mas consolo-me na esperança de encontrar uma ilha, na qual eu possa refugiar-me quando esse barco não tiver mais condições de navegar.

O que me faz ser confiante é saber que todo o sofrimento que passei durante o tempo em que estivemos separados é totalmente insignificante se comparado à felicidade de estar pelo menos um minuto em sua companhia.

Agora preciso despedir-me, pois seguirei em um caminho sem volta, sem desvios e sem destino certo, levada por uma força que me diz que devo seguir em frente, não importam as consequências e que, se o meu destino longe de ti é sofrer, não tenho nada a perder com isso. Afinal, para que se conheça a vida é necessário aventurar-se, pois é apartir daí que esta passa a ter maior significado.

Depois de tudo isso, pergunto-me se é amor e logo me respondo:

- Sem dúvida.

(PORTAL, Luciane de Souza.)

Esta poesia é baseada na retomada de um relacionamento que antes não teria dado certo. A amante percebe o próprio sofrimento longe do amado e resolve seguir os impulsos do coração, dando uma segunda chance a si mesma, na espectativa de contornar sua situação emocional, sem a mínima ideia do que poderia acontecer com ela dali em diante.