Lápides não me atraem e não as colorirei, nem adornarei.
Não quero sombras escusas para esconder-me de mim,
Nem quero me cobrir de tristezas numa fuga perdedora.
Não me interessa viver a cada novo dia um ontem que retroage.
Não há desprezo por o que já foi; tem sua importância resguardada,
Mas me interessa o que me vem a cada momento que surge.
Há curiosa inquietude, porque não sou uma espera negativada.
Preciso do meu silêncio e da sobriedade da minha companhia,
Mas me é imprescindível o barulho de vozes, risos e alegres ruídos.
Não sou poço de lágrimas e nem uma fonte de amarguras.
Que não se atire sobre mim o desamparo mórbido; não o quero!
Se for para ser mão, será a que afaga, jamais a que me afogue,
Porque tudo que há, não é maior ou menor para escolhidos para tal.
Todos carregamos exatamente aquilo a que nos propormos levar.
A minha escolha foi feita desde sempre, quando observei possibilidades.
Carrego em mim a verdade e o amor absoluto até pelo absurdo suposto.
O resto, sempre terá a importância do que não foi dito, mas sentido.
O peso e a tristeza absoluta são opções, a leveza e a calma alegria também,
Sempre!