A FAVELA DA ROCINHA

A FAVELA DA ROCINHA

CRÔNICA LÍRICA

O futuro da rocinha...

Um presente angustiante

Um roçar contagiante... Um passado dolorido

La se escondia o tráfico se perdia a vida

Se pensava em sonhos

Mas morria o paraíso.

La reinava o desamor, imperava a dor, apontava o ronco de motor... Calúnia, medo e pavor

Via-se no rosto indefeso um desfecho de vida, um luar sem lua um tiro certeiro a qualquer hora do dia... Um sonho sem passageiro... Um tortuoso fedor de pólvora era sorte de quem não a sentia.

Seria mais um corpo a perder-se no mundo das drogas, numa ida sem volta num retorno fúnebre.

O que dizia a vida? Calava-se diante de tanta agonia, um moribundo que morria... E era todo dia a mesma historia se repetia, sem ironia.

As crianças se escondiam de pavor, viviam cenas de terror.

Quem suportaria ver tantos sonhos se desfazerem?

Quem ousaria a se importar com o choro dos inocentes?

Talvez até alguns apelassem: Parem, por favor! Talvez muitos pedissem socorro em silencio. E chorassem com a alma... Mas somente alguém ouvia... Alguém que já sabia de como tudo terminaria.

A rocinha teve um fim? O sopro dado por Deus teria que passar por ali... Teria que se penalizar por famílias de bem, pelo ser humano

Quem sabe alguém querendo libertar-se

Quem sabe querendo dar uma chance pra si mesmo

Tentando fugir do medo e do vicio...

Tentando dar um salto pra vida, e havia tanta coisa perdida...

Somente alguém tão Supremo usaria Seu Poder para desafiar e transformar as trevas em luz.

Acabou o sofrer das crianças, ouviu-se de longe a oração do clamor ao Senhor

Não tem mais toque de recolher

Não tem mais guerra... Nem poder paralelo, nenhum barulho de tiro

Inicia-se um novo tempo para os moradores da favela da rocinha!

ARTESGS
Enviado por ARTESGS em 10/01/2012
Código do texto: T3432584