* VEM

Vem, me dá a sua mão, quero ir não sei aonde, fazer não sei quê, por não sei qual motivo, mas quero ir com você, quero que me guie, que me arraste pelo destino.

Quero que pense em mim numa tarde de segunda, quero que deseje escutar minha voz até enjoar e me mandar calar a boca, quero que sinta o chão cair e que perca a voz ao me encontrar.

Quero que ria das bobagens que falo, que me deixe falando sozinha quando eu estiver chata, que me odeie por um segundo e me ame por uma eternidade, quero que se irrite e me peça desculpas mesmo assim.

Vem, mas não venha sem medos, porque eu também os tenho e sinto a necessidade de te amedrontar também, quando a gente tem medo, tem cautela. Não me deixe sozinha, não estaremos nunca só se nos tivermos. Vem, vem cauteloso e sem pressa, pega na minha mão e nos jogue nesse mar desconhecido e não me solte nunca mais.

Lisandra Lopes
Enviado por Lisandra Lopes em 08/01/2012
Código do texto: T3428476
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