SEM TÍTULO
Ontem dormi orquídea.
Acordei crisântemos.
Estou abastada de mim.
Então, abro a escrivaninha e vou espalhando, neste espaço,
meus perfumes...
Uns doces, outros amadeirados, muitos cítricos...
A brisa não sopra aqui.
Deveria.
Assim, dissiparia fragâncias!
Exalaria abastanças...
Estou abarrotada de mim!
Então escrevo, sem rascunhos, um poema sem título.
Como a palavra oral.
Intentando liberar espaços
para novos cheiros, outras farturas...