Crônica poética: Em homenagem Rose Marie Muraro

Caro leitor, para escrever essa crônica poética, me baseei em uma palestra que há um bom tempo eu assisti. Não estou dizendo com certo exagero, porém até os dias de hoje, não tenho visto algo comparado que pudesse me chamar tanto a atenção da maneira que chamou esta palestra.

Um tema que retrata o momento atual, com amplitude que discorre as questões referenciadas nesse dia. Palestra essa ministrada por Rose Marie Muraro, pessoa esta altamente qualificada e sensível a essas determinadas questões.

Um currículo vasto relacionado à sua trajetória de vida, com vários livros publicados e traduzidos em vários idiomas, com grande repercussão no Brasil e outros países.

Tudo isso gera comentários a seu respeito, de forma positiva por vários críticos que, diga-se de passagem, estão ligados as suas ações. Afirmações diversas vindas da mídia e também do meio acadêmico, que afirmam ser uma escritora com o perfil arrojado em relação ao seu tempo, ser engajada nos movimentos sociais e políticos, com ênfase maior nas questões da mulher.

Uma líder feminista de fama renomada por estar sempre à frente dos movimentos que caracterizam sempre serem as questões da mulher, de um modo geral, as lutas de classe. O que a fez guerreira não só no sentido figurado da palavra, mas acima de tudo, uma observadora do tempo passado e do seu tempo presente.

Sem redundância, mas seus feitos se tornam algo extraordinário de bom que toca a alma de quem quer que seja, quando ela fala de determinado assunto sempre com muita propriedade do que diz, ao tratar de questões que de certa forma cria de maneira intencional provocações que geram inquietude, que vai refletir diretamente no comportamento do ser humano.

Palestra essa que prendeu atenção de quem lá esteve presente, não deixando dúvida sob o seu corrente pensamento que transcende os limites as decorrências da sua própria inviabilidade que supostamente vimos como limites para uma ação de uma vida exemplar.

Desde muito cedo portadora de deficiência visual, mas que nem por isso deixa ou deixou a desejar. Pelo contrário, surpreende a todos se comparado a ela, sendo uma pessoa que consegue fazer toda a diferença indiferente das aparentes limitações as quais são fatos reais do seu dia a dia, ela tira de letra com a maior dignidade e bom-senso de humor.

Observo que por ela transcorre muito além das expectativas sobre tudo que podemos observar uma coisa é certa, tudo que diz é com muita sabedoria.

E exemplifica com determinadas palavras e gestos daquilo que constantemente escreve, nos leva a crer que extrapola a imaginação de quem está em sintonia com os seus pensamentos.

A maneira que ela conduz deixa as coisas mais fáceis de compreender, são esses fatos que influenciam diretamente as pessoas em função das ações e reações que possam causar, vão logo ao encontro da questão do que se vê no complexo diminutivo que diretamente afeta as pessoas, submetendo à dominação essa que escraviza os comportamentos de maneira efetiva, o homem, a mulher, ou vice e versa.

A Rose Marie faz algumas colocações bombásticas que arrancam risadas do publico, mas quando silencia e volta ao normal, um forte suspiro de todos quando ela diz que a boa relação de ambos pode ser compartilhada de jeitos, menos no que caracteriza ser uma relação de amor e paixão. Quando algo acontece no sentido de relacionar e até mesmo decide em se casar ou ter uma vida conjugal, logo surgem as diferenças de um ser em relação ao outro, que aos poucos tende a se declinar para o fracasso.

É engraçado e contraditório para alguns, quando ela faz comparações desse tipo, porém é o que ela sente e diz enquanto mulher, é possível que tem um reflexo maior da questão feminina talvez por ser mulher e ter pavor da convivência a dois. Por essas razões nos da o entender que a guerra do sexo na sua visão sempre foi presente entre essas criaturas homem e mulher. O que se pode ver são essas desavenças que acabam afetando diretamente o psicológico de ambas as partes simplesmente por achar.

E por fim... O modelo de civilização imposta na visão mercantilista das grandes organizações, que rege todo um sistema globalizado de forma universalizada e concisa, que acaba gerando os tão chamados problemas sociais.

O alto poder de dominar para reter os maiores recursos de capital, o qual está concentrado nas mãos de poucos.

Sem precipitação, mas essa palestra veio a calhar ao meu momento de reflexão, em se tratando de algo que também me aflige, portanto, sem nenhuma sombra de dúvida, tanto me despertou colocando a par de um pensamento até então de extrema importância, com o que ela dizia daí pra cá, não mais me dispersei de tal fato e assunto.

Posso dizer que só veio reforçar as idéias, com as quais sempre me debato. A humanidade por exemplo, está vivendo um momento crucial, e se não souber se conduzir, podemos dizer que corre inteiro risco e perigo em relação aos outros séculos já vividos. Esse Século que traz a sensação de ser o mais importante se comparado aos outros, de maneira que pode se considerar o século da cruzada.

Quando devemos ter um cuidado redobrado em tudo, em função do alto desenvolvimento que aí está, daqui em frente tudo será muito rápido, as ações terão um volume maior de decisão no sentido do desenrolar dos fatos. Com isso a exposição será maior sobre os seres viventes que vão estar mais expostos, consequentemente mais ainda vulneráveis em todos os aspectos.

Nesse contexto vai haver uma necessidade de mudança, com isso será necessário repensar o momento atual relacionando às suas prioridades com atenção redobrada para os devidos assuntos, um bom exemplo: O meio ambiente com a sua extrema importância no que diz respeito sua preservação. O contrário estará colocando em risco toda uma condição de equilíbrio do planeta.

O capitalismo que a um tempo recente vinha atuando de forma horizontal se arrojou mais ainda passando atuar também na vertical, impondo uma condição de consumo a todas as classes sócias, só muda o perfil na condição individual de cada consumidor.

O que se percebe que há uma extrema necessidade de espaço para comportar toda a demanda das inovações que a todo momento surge, que desemboca na industrialização que vai gerando modernidade e mais conforto no caso para quem pode pagar avista, ou parceladamente o tempo não importa, há casos que o mais importante não é tanto a venda do objeto e sim, a possibilidade de financiamento que com certeza permite embutir outros MIX, sendo mais vantajoso para o mercado financeiro. Esse constante ciclo de idas e vindas que esta tão presente no momento, remetendo outros vieses, imaginam o que vai ser dos resíduo gerado do setor industrial, os lixos químicos, sintéticos a devastação dos produtos orgânicos, contudo, o que mais aprende de momento é comprar e vender, queira ou não. Vivemos do que produzimos, parece ser bíblico, o esforço o suor para geração de capital.

Que se por um lado é bom, por seguinte gera riquezas, que deveriam ser traduzidas em facilidades, conforto, uma melhor qualidade de vida senão será o caos.

Com toda essa situação colocada negativamente pode gerar o destrutivo princípio moral, e sem essa condicionante, como formar a efetividade ética? - A política como forma de socialização? - E resolução dos nossos problemas?

São tantos os fatores que no passar dos tempos influenciam, mas que de hora em diante vão ter percentual maior de responsabilidade, as Igrejas sempre fizeram parte desse universo, pelo seu papel de exercitar a fé das pessoas. Com o livre árbitro de quem segue não só as igrejas, mas as variadas seitas religiosas que há por ai, de um modo geral vão ter que repensar um novo entendimento espiritual, na visão de uma nova leitura de mundo, tanto material e espiritual.

Suas reais mudanças que com certeza implicarão outra maneira e busca no sentido de trabalhar uma nova concepção de fé, em relação aos seus fieis. Não tanto alienados a ponto de não saberem cuidar dos seus próprios destinos.

A incumbência submete a serem explorados sem contra partida de devolver os mais necessitados que sempre tiveram tão pouco, senão de joelho rezando em busca da terra prometida.

O que se prega é a constante busca dos mais desesperados que exorcizam a própria fé. Ignoram tanto outras possibilidades que serem os mesmos miseráveis, quando não há mais nada a fazer morrem com a promessa de irem para uma melhor.

Não sei bem quais as palavras explicariam melhor a individualidade de alguns, o alto luxo que vivem outros, tudo passa ser maneiras para consumo de objetos raros e valiosos. Vermos pastores, padres, não de forma generalizada, porém tiram de uns miseráveis que não tem o que comer, são os falsos sacerdócios manchando o que há de bom nas igrejas, seitas e outras...Se consomem numa competição avassaladora não generalizando os fatos, mas uma boa parte está na concepção de construção de templos e mais templos a grande questão não é salvar o espirito, o que conta é a vaidade e o ego.

A visão puramente capitalista de querer simplesmente empreender transformando a fé dos humildes em um grande negócio, pra eles o que importa não é o ser, é o ter.

Voltado pro mundo, que tanto chamamos de mundo externo, para apropriarmos das vantagens, muito mais presente que imaginamos.

Não se deve ignorar tanto a ciência da forma a qual se ignorou no passado, veste das virtudes imaginarias produzidas por nós: os mitos, a diversidade cultural dos povos, as crenças folclóricas, tudo se desvendando para dar sentido a razão, a ciência esta na criação de novos caminhos a seguir.

É o momento de se repensar, reinventar uma nova ordem para não perdermos a real função no que diz respeito à ciência e à fraternidade humana, com todo o seu potencial.

O mundo, juntamente com as pessoas, tem mudado muito de repente, que na realidade quem muda somos nós, que posteriormente mudamos o mundo, impondo outras tendências e atitude que vão mudando os planos e ações, o dia a dia.

Porém com a escassez de novas lideranças produzidas pelos Estados maiores, o povo, que vem cansado perdendo à esperança que nasça o herói nesse meio, para combater o que impõe o sistema. Visto o uso, o direito à democracia, que impulsiona as constantes mudanças comportamentais a principio a mudanças de conceitos, que mudam com o exercício diário em busca de liberdade, na ampliação de novos espaços. Têm surgido pessoas agrupando-nos diversos seguimentos, de sua respectiva sociedade, com visão e cunho social, produzindo ações geridas por voluntários bem intencionados que se agrupam de forma organizada para discutirem os mesmos assuntos.

Nessa mesma intenção, com a ampliação do desenvolvimento tecnológico surge uma nova ferramenta como opção de comunicação, de fácil acesso rápido e eficaz, que chega com a força total no mercado da comunicação, a internet.

Com ela os movimentos vêm ganhando dimensão com rapidez tal, suprindo as expectativas, nesse viés das pessoas se comunicarem.

O mais interessante de tudo isso é a criação de pequenas e grandes redes sociais, que têm usado esse mecanismo tão somente para assuntos pessoais, de entretenimento, mas que de outra forma tem visualizado outras possibilidades, no caso criar um movimento totalmente independente de partidos políticos ou lideranças partidárias, ou até mesmo lideres de classe como sindicalistas de qualquer repartição trabalhista.

Não sabemos bem como explicar a forma que acabam ganhando força de mobilização, é um tipo fenômeno da criatividade de interação que vai repercutindo de forma imediata que acabam alcançando todos os veículos de comunicação, que vão caindo em rede de todas às interações com propósito único de entendimento absorvidos em tempo real, formando uma grande maioria, é dessa forma que as coisas acabam acontecendo criando um líder sem nome, mas com entidade filosófica que se torna a essência do que querem reivindicar. O mais legal é a formação do senso comum peculiar a todos envolvidos no mesmo movimento, um bom exemplo disso é o que acaba de acontecer recentemente em países Árabes, do Oriente médio, que têm derrubado grandes ditadores que se perpetuaram no poder.

Que graças a essa invenção transformada em ferramenta de comunicação, de fácil acesso de se comunicar com toda a contingência da massa, que cria a principio: Quem diria!- Há casos impondo o que quer, aos poucos tem mudado a realidade do presente, devolvendo a dignidade de muitos e, portanto, passando a limpo histórias de muitos povos.