******Minha infância*******
(Texto escrito antes de me tornar oficialmente poetisa e escritora)
Natal, Parque dos Coqueiros-2001
Obs: O Sonho se realizou. Já escrevi e publiquei dois livros totalmente dedicado ao meu povo...
Florescer da Alma/2009
Retratos Sentimentais da vida na Caatinga/2010
Texto publicado no meu 5º livro "Palavras de Luz..."
(Texto escrito antes de me tornar oficialmente poetisa e escritora)
Quando criança vivi uma infância repleta de experiências necessárias á constituição do sujeito desejante e aprendente que habita meu corpo e meu organismo. Juntamente com meus irmãos e irmãs vivenciamos as mais diversificadas experiências, envolvendo alegrias, tristezas, dores, magia, inocência e encantamentos. Tivemos que viver muitas situações desagradáveis, mas sempre prefiro descrever as cenas agradáveis, embora, aquelas dolorosas também tenham sido importantes para a estruturação da nossa modalidade particular de ensinar e aprender.
Nossa vida era tão simples! Que sempre me senti misturada a natureza, nunca me vi a parte dela. Aprendia a ver o mundo com os olhos da minha pequenina inocente alma. E dessa forma, o nosso tempo transcorria sem que a gente percebesse, entre os caminhos de casa para o rio, para a roça e para a escola. Naquele recanto do nosso pequeno mundo, tudo que fazíamos tinha grãos de esperança para nos sustentar até a chegada da colheita.
Agora que vejo, lá atrás a minha mocidade... Gosto de lembrar ternamente dos momentos em que brincávamos livremente pelos campos, os quais, na maioria do tempo, se mostravam secos, mas tinha seu tempo de ficarem verdes e alegres, num período que parecia um paraíso. Esse tempo era o inverno, que chegava cheio de bonanças, trazendo os animais silvestres, e verdejando a mata, que orgulhosa, se enfeitava com singelas e raras flores. Pela lente do meu olhar, tudo ali era singelamente belo e encantador.
O Rio! O Nosso Rio... corria bravamente ou serenamente pelas serras e vales. Um espetáculo que todo ano vivenciávamos de forma impar, pois jamais foi igual para nosso olhar e sentir... No ar, sentíamos a brisa fresca, misturando-se ao perfume das flores. E tudo nesse tempo nos fazia felizes. Simplesmente, porque a água na caatinga, chega como uma deusa e faz tudo que é vida acordar para viver intensamente pouco tempo.
E na magia desse breve tempo, aprendíamos a arar a terra, a plantar, a cultivar e a esperar o tempo de colher e de pescar. Ao mesmo tempo, era também possível vivenciar as mais agradáveis brincadeiras, próprias da nossa cultura, como, tomar banho no rio, nadar de diversas maneiras, pular do alto das ingazeiras, oiticicas ou das ribanceiras, nas águas marrons ou cristalinas do nosso rio, pois ele vivia mudando de cor a cada temporada de chuvas.
E a noite!!! Tudo era encantado! E mistérioso...
E na magia desse breve tempo, aprendíamos a arar a terra, a plantar, a cultivar e a esperar o tempo de colher e de pescar. Ao mesmo tempo, era também possível vivenciar as mais agradáveis brincadeiras, próprias da nossa cultura, como, tomar banho no rio, nadar de diversas maneiras, pular do alto das ingazeiras, oiticicas ou das ribanceiras, nas águas marrons ou cristalinas do nosso rio, pois ele vivia mudando de cor a cada temporada de chuvas.
E a noite!!! Tudo era encantado! E mistérioso...
Mas quando então, chegava as tão esperadas noites de lua cheia, nos encantávamos com a beleza do seu véu de claridade, e como lá no sítio ainda não tinha chegado energia, nem televisão, o terreiro das casas se transformavam em palco, onde brincávamos de cantigas de roda,, bandeirinhas, cair no poço, tica, passar o anel, e outras infinidades de brincadeiras daquela época.
E nas noites escuras, sem lua!!! A magia ainda era maior. Sentávamos na salas ou no alpendre á luz da lamparina. E empolgados (as) esperávamos as histórias de trancoso contadas pelos mais velhos. Também ouvíamos frequentemente programas noturnos de rádio. E quando chegava o final de semana, os terreiros eram varridos para receber visitas a tardinha. E nós crianças brincávamos de casinha e de cozinhar. E ainda tinha os folhetos das melhores músicas das paradas de sucesso, e principalmente os cordéis, que traziam os novos casos acontecidos para serem contados e cantados ali para todos.
E nas noites escuras, sem lua!!! A magia ainda era maior. Sentávamos na salas ou no alpendre á luz da lamparina. E empolgados (as) esperávamos as histórias de trancoso contadas pelos mais velhos. Também ouvíamos frequentemente programas noturnos de rádio. E quando chegava o final de semana, os terreiros eram varridos para receber visitas a tardinha. E nós crianças brincávamos de casinha e de cozinhar. E ainda tinha os folhetos das melhores músicas das paradas de sucesso, e principalmente os cordéis, que traziam os novos casos acontecidos para serem contados e cantados ali para todos.
Ao relembrar aqueles momentos, arquivados na memória, sinto-me orgulhosa em poder descrever cenas felizes da minha infância, e no entanto, desejo um dia, quem sabe, escrever um livro e dedicá-lo a todas as pessoas da caatinga, que assim como eu, tiveram o privilégio de nascerem e serem criadas no campo.
Maria de Fátima Alves de CarvalhoNatal, Parque dos Coqueiros-2001
Obs: O Sonho se realizou. Já escrevi e publiquei dois livros totalmente dedicado ao meu povo...
Florescer da Alma/2009
Retratos Sentimentais da vida na Caatinga/2010
Texto publicado no meu 5º livro "Palavras de Luz..."