PRA REFLETIR NO ESCURO

Sei que às vezes pensamos

Que não temos ninguém

Além do que nossa vista

Alcançou na ilusão do além

A ilusão somos nós

Somos o pó vivo

Entre os redimidos

Dissolvidos entre bocas e ouvidos

Não desanime diante

Do impermanente estado das coisas

Porque a maioria inexiste

O livro lido é adjacente na prateleira da mente

Demente deveras será se te fixares entremente

Nos escapulário das contendas do nada em suspensão

Se te crucificares na semente que não alimenta

Esta semente como o girassol permanece imóvel

Aparentemente morta, inerte

Mas se jogada em solo ressuscitará do jazigo

Trazes algo contigo que precisa ser transformado

Se não serás consumido pelo que não ofereces

Se não for em preces vivas adormeces e esqueces

Precisas ser como a águia cavalgando a ventania

E não se deixar que a ventania te leve como alma vazia

Quando baterem a tua porta, o que pode parecer normal

Mas se for o mal não adiante te armares e abri-la a céu aberto

Não pense que tua força é superior a legiões

Peça se possível for pro seu olho interior

Que é o seu olho mágico abri-la, pois pode ser

Que do outro lado esteja quem menos você esperava

Conte sempre com a força que tens dentro

E nunca a que está pelo lado de fora

Nunca tente tomar a frente do Pai

Ele sabe o que é melhor mesmo que estejas desnorteado

Ela saberá o que fazer de cor e salteado

Não podemos julgar tampouco condenar

Porque ninguém conhece a si mesmo

Se realmente sabes condenar cegamente

Não pode se deixar amar

Ao condenar tu te aprisionas

Um pouco também...

Todo ato que leve a um fato

Pode ser meritoriamente acusado

Mais ou menos de qualquer coisa

A flor que desabrocha tem todo um mistério

Assim como tudo na vida tem um significado

Que mesmo sem o sabermos

Não se acaba no cemitério...

Eis o grande mistério da vida

A transformação e não o que chamamos veladamente de MORTE.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 04/01/2012
Código do texto: T3422819
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