Voo para o Céu
Muito prazer!
Meu nome é José Penha Alves dos Reis Costa, mas para os meus parentes eu sou o Zé...
E eis que toda vida tem uma história, conto-lhes aqui parte da minha...
Vejam só,
Casei com a caçula de uma família de 4 (quatro) irmãos.
Depois que me formei em engenharia, o irmão mais velho me deu emprego na sua construtora.
Agradeço a gentileza,
mas o fato é que o cara é um legítimo cunhado cuja primeira sílaba desta palavra nunca foi tão bem aplicada semanticamente antes na história da língua portuguesa.
Não vale o salário, por mais alto que seja,
É o diabo aguentar aquele homem, e eu passo 12h do meu dia com ele...
Não obstante, ainda, quando chego em casa tenho, como bom agregado que sou, de aturar a mãe dele porque a minha sogra sobrou para a filhinha...
Entro no corredor, meu quarto é a primeira à direita e o da velha é o último à esquerda para minimizar os danos.
Agora eu pergunto a vocês, quantas escalas o meu voo terá quando eu morrer e for para o Céu? Sim, eu vou para o Céu, disso não tenho dúvidas!
Vou diretamente para o Paraíso, passagem recebida via SEDEX, primeira classe executiva, só mulherão do meu lado, na frente e atrás. A tripulação composta só de mulher contando com a pilota, co-pilota e pilota reserva - neologismo necessário para dar certeza de que são mulheres. Qualquer referência ao gênero masculino, neste caso, seria um atentado à integridade da vida de provações e privações à qual me submeti quando inconsequentemente ao padre disse "Sim!". O famoso sim do não!
E voltando, só mulher padrão europeu: sueca, polonesa, dinamarquesa, finlandesa, tcheca e afins. De serviço de bordo lambrusco a rodo, prosecco, tudo do bom e do melhor! Só tem lugar para mim e não cabe mais ninguém! Avião fretado exclusivo: Heaven Airlines, lotado de mulher!
Este é o meu voo para Céu porque eu mereço!
O resto?... É só a vida que não vivi e que dela esqueço.
Pronto, desabafei! Agora deixa eu ir trabalhar...