Deslisando..........

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A mão seguia serenamente pelo rosto,

Num gesto terno e inusitado de carinho,

A mente nem lembrava onde havia posto,

As tantas letras registradas no pergaminho,

A noite era de lua já completamente cheia,

Clarificando o verde dourado dos pastiçais,

No convite, a senha, a vontade que se incendeia,

Vislumbrando segredos pelas frestas dos vitrais,

Numa correspondência justa e carinhosa,

Apresentações consagradas, eqüitativas e pueris,

No momento em que é desnecessária a prosa,

Onde só se ouve o discurso dos toques sutis,

E no alargamento deste pequeno espaço,

Os dedos vão percorrendo grandes extensões,

Libertando harmonicamente todo o cansaço,

Ativando o compasso na colisão destas emoções,

E esta troca não tem hora para terminar,

Pois nem mesmo um século disporá o caminho,

Deste ajuste inigualável e singelo num ninar,

Permuta sensual e única nos registros de carinho,

E assim a ocasião singular vai lentamente passando,

Com os membros competentes percorrendo distâncias,

Uma entrega ímpar e regular de quem está amando,

Onde os contatos são simples, mas, de extrema relevância,

Passa o tempo, sem que se veja a ocasião passar,

Mistura de ornada de sentimentos postos à prova,

Minutos intermináveis sem que se pudesse contar,

Anseio eventual que feliz e sutilmente se renova,

E a noite, (cúmplice), se perde sem que alguém perceba,

Sem que haja a necessidade inerente de conter o ensejo,

Idealizando a permuta refletida que a alma almeja,

No acompanhamento delicado e afetuoso de um beijo,

À noite, (agora uma criança), finalmente adormece,

Trazendo continuamente novos sonhos e enleios,

E esta quimera mantém-se acordada e se fortalece,

Na ponta dos dedos delicados ou, em outros meios!

Amaro Larroza.

Amaro Larroza
Enviado por Amaro Larroza em 04/01/2012
Reeditado em 04/01/2012
Código do texto: T3421336
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