Deslisando..........
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A mão seguia serenamente pelo rosto,
Num gesto terno e inusitado de carinho,
A mente nem lembrava onde havia posto,
As tantas letras registradas no pergaminho,
A noite era de lua já completamente cheia,
Clarificando o verde dourado dos pastiçais,
No convite, a senha, a vontade que se incendeia,
Vislumbrando segredos pelas frestas dos vitrais,
Numa correspondência justa e carinhosa,
Apresentações consagradas, eqüitativas e pueris,
No momento em que é desnecessária a prosa,
Onde só se ouve o discurso dos toques sutis,
E no alargamento deste pequeno espaço,
Os dedos vão percorrendo grandes extensões,
Libertando harmonicamente todo o cansaço,
Ativando o compasso na colisão destas emoções,
E esta troca não tem hora para terminar,
Pois nem mesmo um século disporá o caminho,
Deste ajuste inigualável e singelo num ninar,
Permuta sensual e única nos registros de carinho,
E assim a ocasião singular vai lentamente passando,
Com os membros competentes percorrendo distâncias,
Uma entrega ímpar e regular de quem está amando,
Onde os contatos são simples, mas, de extrema relevância,
Passa o tempo, sem que se veja a ocasião passar,
Mistura de ornada de sentimentos postos à prova,
Minutos intermináveis sem que se pudesse contar,
Anseio eventual que feliz e sutilmente se renova,
E a noite, (cúmplice), se perde sem que alguém perceba,
Sem que haja a necessidade inerente de conter o ensejo,
Idealizando a permuta refletida que a alma almeja,
No acompanhamento delicado e afetuoso de um beijo,
À noite, (agora uma criança), finalmente adormece,
Trazendo continuamente novos sonhos e enleios,
E esta quimera mantém-se acordada e se fortalece,
Na ponta dos dedos delicados ou, em outros meios!
Amaro Larroza.