Carme

Arvoredo, tronco gigantesco que forma sombras densas e sombrias nos diferentes olhares sob o que vimos a olho nu. Vimos imagens sob os acontecimentos em tempo real. São as constantes dinâmicas ensinando como se produz em resultado, o valor comercial, sem limite... De forma exorbitante sobre tudo em busca de dominação, que se estabelece no mundo dos negócios. Alguns se perdem totalmente o ver, a ideal forma de se equilibrar sob as possíveis e melhores idéias sustentáveis.

O cidadão, contribuinte ora visto no modismo do consumidor, por outras vias rotineiras a velocidade rotativa do capitalismo, o tão querer das inovações, que acaba impondo o alto desenvolvimento em tudo que se programa de forma permanente, a quem tem um alto poder aquisitivo.

Perdido nessa complexidade, sobretudo, na análise da linha do tempo, são os casos dos grandes impérios, onde construímos ficção. Neles, são tão poucos os que conseguem acompanhar as necessidades variadas na inquisição individual de cada um de nós. Nesta obtenção de possuir os mais úteis e inúteis objetos, os quais dizem ser de valor, muitos se perdem no vazio da vida. Portanto, não se deve confundir por desejo ou paixão, mesmo que satisfaçam alguns, a troca por algo diferente da lucidez da alma, por meros fatos ou situações materiais.

São informações produzidas por está velocidade tal, que chega a condição de não sabermos como avaliar as subjetividades humanas, as quais passam a ser vistas como um sentimento desprezível. É essa força qualquer invisível, que nos faz sentir o medo do desconhecido. Só sente quem sofre na ação, o valor da massa, de forma avassaladora a pouca contingência de pessoas honestas e bem sucedidas no sentido do ter e não do ser.

Ora seja consistente e substancial, a tão imposta composição do sistema. A robótica substituindo inteligência das ligas cinzas do cerebelo. O que se quer do processo o resultado, o alto teor da matéria prima: bruta granulada ou ainda porosa. Liza, fina, inacabada, como é o ser humano. São os possíveis mega bits, mensurando a potência dos equívocos. São tantas as dicas que aponta os casos, a falta de generosidade para abrandar esse tempo de heresias e ganâncias, uma coisa é certa iremos pagar o alto preço por não respeitarmos o percurso natural das contingências no impulso da gula e o bucho largo.

O grande risco, oh, poeta! - é a sua e a nossa extinção. Não basta só o pensamento na edificação dos sonhos, sob tudo que acontece, sofreremos as conseqüência e ruínas da falsa lealdade. O que se planta colhe e estamos colhendo. Porém, não desespere seu moço. Somos filhos de um país e de um mundo ainda tão jovem. Não obstante ao processo, há tanto que se aprender com os acertos e nossos erros.

As cidades tracejadas nos conduzindo a uma visão de futuro, um alto tráfego de tudo que nos coloca a todo o momento em perigo de colisão. Até mesmo, sem levar em conta, as respectivas famílias. Em momentos de inquietação, não há a forma de se numerar o que se parece o pior. Não sendo tão pessimista, quero acreditar no melhor.

Portanto, é muita loucura num tempo só, quem tem pressa passa a ser refém, em função de quem não possui; senão é um miserável sem avalista do seu próprio sofrer. Ou seja, crianças sendo violentadas uma e outra, vitimas de um sistema mal estruturado. Outras jogadas no esgoto, por desespero de alguém, ora em caçamba de lixo. Jovens perdem suas vidas, comparado se estivessem em uma guerra.

São as guerrilhas urbanas, sob o crescimento do paralelo que na ação do mal, rasgam vidas como se estivessem rasgando jornal. Nada é mais visto de forma segura numa selva de irracionais. Perdemos gradativamente o sentido mútuo das coisas boas.

Na sala de visita, o tradicional quadro de família fixado na parede, demonstrando a timidez de alguns e arrogância de outros, em princípios de falência. São os mortos, não mais presentes entre os vivos. Porém, para os vivos, o pensamento voa, faz movimentar os dedos que escrevem a epopéia do deserto que vive os mortos, faz nascer o mais belo poema, então é poesia!

A mais viva história de esperança, em busca de mais um novo dia, sem a lentidão da solidão, sob as horas mais noturnas. O mais cego dos cegos, tem visão da sua própria existência. As batidas que entoam fazem vibrar o coração e pulsar as nossas veias, em diferentes sons. Criam imagem que assombram e produz o medo dos fechados casarões, em noite escura.

A perceptiva ausência da luz que recorta e tangencia o contorno do nosso corpo, que se movimenta deitada ao chão, para fugir das balas perdidas. De outra forma ainda há lua cheia, sem o mínimo feixe de luz para simbolizar o formato de estrelas para iluminar esse céu.

Assoreado horizonte, pra não dizer que sou maluco vou mudar de assunto; para dizer que me lembrei da ponte quando ainda criança brinquei sobre ela. Diverti-me soltando pipas do alto pontilhão, antes de ter sido aterrada. Mas, por outras alternativas, hoje entupida, a travessia que ligava o chamado Berra Lobo ao estreito pontal, não existe mais.

A fábrica com pequenos forjadores na pedreira do instituto ficou no passado também. Não podemos ver mais com aquele certo olhar peculiar que nos faz esquecer da pedra preta, no fundo do Vale. Bosque de raras vegetações... sombras decorativas entre um extenso jardim tudo muito bem cuidado, quem se lembram da farmacinha viva, com variadas plantinhas sagradas, um santo remédio.

Sem distinção de idade haviam tantas receitas elaboradas por aquele ambientalista que, inúmeras vezes, foi julgado como caduco por ser autodidata, mas mesopotâmico: Zé Sérgio, que previa o fim da linha... o canto da saracura do brejo, o reboado das gaivotas... a tudo ele anunciava uma outra era do vasto pontal.

Acima, reinava a casa fazenda de Drummond. Hoje, em seu lugar, a visão panorâmica de imensos diques, arrimo e escoras pra contensão de todo o rejeito de minério de ferro. Foi-se. Ficou retidas as lágrimas que faz calar o grito e a saudade de uns saudosistas melancólicos mergulhados no passado.

Uns tiram vantagens do grande momento e enriquecem em detrimento de outrem. E há aqueles que permanecem no marasmo. Vivem e vêem o prenúncio do triste verso saudosistas: “como dói...” Os mais jovens por não saber! - diz, já doeu. Pois, não dói mais.