O TEMPO DE EXISTIR.
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
Entrar no ano novo não é difícil. O tempo não espera por nós como nós esperamos por ele, entregando-o grande parte dos nossos desejos. Entrar no ano novo só é difícil pra quem não quer se repetir no futuro em antigas práticas. Livrar-se do que nos incomoda custa caro em cada ano que passa principalmente se quisermos nos livrar das coisas mascaradas que nos cercam. Falsos amores, falsos amigos, falsas relações de trabalho. Nesse bojo, preconceitos, cobranças e falsos moralistas que nos cercam, nos dão muito trabalho se quisermos entrar o ano novo de corpo e alma limpos. Certo que não se alcança tudo isto de um dia pra outro, mas se perceber nesse “plano estratégico” é alvissareiro. O ano passa rápido e carece de nós determinação para romper com certos paradigmas que nos impuseram sem que nós os pedíssemos.
Talvez seja muito bom que a gente se aborreça com a indiferença do tempo ao nosso respeito. Deixar o ano entrar em nós é como se permitir ao desvirginar a alma, pelo entendimento de que o tempo tem esse poder magnético de tudo em nós proceder. Procede em nós o sentimento de pertencer a alguém e o de perder alguém. Quando em nós o céu, embora lindo, nos parece cinzento porque o amor si foi; quando, da janela do nosso quarto o sol lindíssimo ignora nossa dor; quando o cair da tarde se acasala com a noite, ignorando que a solidão nos massacra – certamente é o tempo em sua total predestinação de nos ignorar! Na verdade ele (o tempo) está cumprindo muito bem o seu papel, pois não deve ser atribuição dele cuidar de nós, pobres mortais, tão sucumbidos em mesquinhez.
Um dia nosso rosto vira livro; nossos passos perderão o compasso; nossas vistas passam para à prazo; nossa voz entra em câmera lenta; nossa mente nos mente; nosso tato não tem trato! De quem será a culpa disto? Certamente que não é do tempo, mas do EXISTIR! A existência não se basta em si, mas nós apelamos para o tempo pelo costume de em tudo colocar a culpa, em tudo procurar um “bode expiatório”... O tempo do existir será que existe? Ou será que o que existe é mesmo o “mundo das idéias” de Platão? A idéia é uma boa base para a gente tentar sobreviver ao tempo sem se morrer de véspera. Por isto viver é bom enquanto se vive. Na medida em que se fala dos outros; na medida em que, por exemplo, se preocupa com quem é gay ou deixou de ser, etc., então a o EXISTIR pode ceder lugar ao tempo como forma de “prêmio de consolação”... A existência humana por ser tão efêmera em sua cronologia, mas tão profunda em sua prerrogativa, teria que ser nutrida pelo sonho de felicidade coletiva.
Talvez os mistérios que nós achamos que são do tempo, não o sejam mesmo! Afinal, “existirmos, a que será que se destina”? Não tem destino o viver. Destino tem o morrer. O viver tem existência e esta se nutre do amor que só os seres determinados alcançam, após inúmeras vulnerabilidades oscilantes entre AMOR E DOR... Neste vai e vem de idéias não há tempo para parir delas, pela certeza de que entrar no ano novo é fácil. O difícil é existir com vida nova, após o aborto dos nossos pecados mortais...
Talvez seja muito bom que a gente se aborreça com a indiferença do tempo ao nosso respeito. Deixar o ano entrar em nós é como se permitir ao desvirginar a alma, pelo entendimento de que o tempo tem esse poder magnético de tudo em nós proceder. Procede em nós o sentimento de pertencer a alguém e o de perder alguém. Quando em nós o céu, embora lindo, nos parece cinzento porque o amor si foi; quando, da janela do nosso quarto o sol lindíssimo ignora nossa dor; quando o cair da tarde se acasala com a noite, ignorando que a solidão nos massacra – certamente é o tempo em sua total predestinação de nos ignorar! Na verdade ele (o tempo) está cumprindo muito bem o seu papel, pois não deve ser atribuição dele cuidar de nós, pobres mortais, tão sucumbidos em mesquinhez.
Um dia nosso rosto vira livro; nossos passos perderão o compasso; nossas vistas passam para à prazo; nossa voz entra em câmera lenta; nossa mente nos mente; nosso tato não tem trato! De quem será a culpa disto? Certamente que não é do tempo, mas do EXISTIR! A existência não se basta em si, mas nós apelamos para o tempo pelo costume de em tudo colocar a culpa, em tudo procurar um “bode expiatório”... O tempo do existir será que existe? Ou será que o que existe é mesmo o “mundo das idéias” de Platão? A idéia é uma boa base para a gente tentar sobreviver ao tempo sem se morrer de véspera. Por isto viver é bom enquanto se vive. Na medida em que se fala dos outros; na medida em que, por exemplo, se preocupa com quem é gay ou deixou de ser, etc., então a o EXISTIR pode ceder lugar ao tempo como forma de “prêmio de consolação”... A existência humana por ser tão efêmera em sua cronologia, mas tão profunda em sua prerrogativa, teria que ser nutrida pelo sonho de felicidade coletiva.
Talvez os mistérios que nós achamos que são do tempo, não o sejam mesmo! Afinal, “existirmos, a que será que se destina”? Não tem destino o viver. Destino tem o morrer. O viver tem existência e esta se nutre do amor que só os seres determinados alcançam, após inúmeras vulnerabilidades oscilantes entre AMOR E DOR... Neste vai e vem de idéias não há tempo para parir delas, pela certeza de que entrar no ano novo é fácil. O difícil é existir com vida nova, após o aborto dos nossos pecados mortais...