METALINGUAGEM POÉTICA...

No fazer poético (para valer),

só sentimento,

imaginação apenas,

e mesmo refinada cultura,

pouco significam,

(quase nada são),

se a paciência racional dele estiver flanando.

Nisto, Bilac está certo:

“No aconchego

Do claustro, na paciência e no sossego,

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”

Poesia não é noite,

não é lua ou

bobagens do gênero.

Poesia, amigo, é Rua...

é pus no caviar do explorador,

é gota de sangue recolhida dos “caolhos” da vida...

Não é forma, é conteúdo Libertador,

tampouco expressão de demência,

menos ainda cantilena de baixos instintos.

Poesia é Camões,

Poesia é Drummond

Poesia é Eliot

Poesia é Pessoa

Poesia é Patativa do Assaré.

Sentimento, imaginação,

cultura e inteligência:

eis o Poeta Quadrado.