INOCENTE DESCOBERTA
Macieiras carregadas de frutos vermelhos e outras tantas em flor compunham o cenário primaveril bucólico daquela manhã.
A menina colhia as maças e delicadamente as colocava em sua saia florida de chita em concha, deixando à mostra as pernas voluptuosas e bem torneadas.
Os longos e sedosos cabelos dourados caiam suavemente pelos ombros elegantes
Os “olhos de ressaca” como os de Capitu, eram ainda mais belos, por serem coloridos pela lente da inocência.
Diante de deslumbrante quadro o rapaz sorri com olhos de paixão e com a delicadeza de um cavalheiro oferta-lhe uma flor viçosa, colhida ainda fresca da própria macieira com a qual adorna seus cabelos pueris.
Por descuido ou tentação roça de leve o pescoço da menina ao colocar a flor em seu cabelo.
Um calafrio jamais sentido percorre todo seu corpo, arrepiando-lhe a pele fina e sedosa.
O calafrio foi o sinal mágico e misterioso – descobre-se mulher, bela, desejada e sensual.
Um rubor malicioso deixa em chamas a alva face da “menina”, enquanto as maçãs vermelhas rolam pelo chão, matizando-o de desejos virginais.
(Edna Frigato)