Houve também o tempo de desacorrentar-se, ser timoneiro do barco, ser comandante da nave, ser tratado como príncipe, com direito a dengos e enjoamentos... Na relva poder deitar-se, mirar o céu, criar sonhos com as formas das nuvens, voar com as gaivotas que passam, com as andorinhas que migram - resolutas! -, no corpo tantas carícias, na mão esquerda, fechada, uma inicial, cunhada no coração: K.
Eu te amei, Andarilho.
Tua bruma envolvente, tua menina branca, teu floquinho de algodão, a menina das maçãs, muito te amou. Como pôde. Enquanto permitiste.
Après toi, anymore.
Vem,
De tempos em tempo
O tempo vem.
E a seu tempo,
Ceifa-nos a seu gosto,
Rouba-nos
Do futuro o gosto,
Do passado, os desgostos...
Tira-nos tudo!
Principalmente as chances.
Em suspiro último exalado,
Olhar calmo ou angustiado,
Do tempo reclamamos.
O tempo,
Curto,
Inacabado...
Aquele que fiamos
Mas não arrematamos.
(de e para o ano de 2008, em março.)
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