PEIXE, EU ?

NO EXTERNO DE UM AQUÁRIO ,

CAÍ FORA, CÁ TÃO ÁRIDO ,

NÃO É COMO O MEU RIO .

ESTÁ TÃO SECO, MUITO FRIO ...

EMBORA DA VIDA ME PRIVE ,

É UM TERRITÓRIO LIVRE .

OLHO O AQUÁRIO, NOVAMENTE :

- QUE MASMORRA TRANSPARENTE !

PARA UM SOLITÁRIO PEIXE E SUA MÁGOA...

PRENDEU TUDO, ATÉ MEU ELEMENTO, A ÁGUA .

EMBORA IMPERTINENTE ,

NÃO SOU UM DELIQUENTE ,

E ESSE CÁRCERE NÃO MERECÍ .

INJUSTIÇA ISSO EXPRIME .

QUAL ? QUAL FOI O MEU CRIME ?

O QUE FOI QUE EU INFRINGÍ ?

UMA COISA FIZ, BEM SEI :

NA VIDA EU SÓ NADEI ,

NA AMPLIDÃO ONDE NASCÍ.

REDUZIRAM-ME O ESPAÇO ,

DE TÃO CURTO ME DEU CANSAÇO ,

MORTIFICOU-ME, ENTRISTECÍ .

DAQUELA IMENSA LIBERDADE

SENTI, NÃO SINTO MAIS SAUDADE ...

NÃO HAVIA LÁ TANTOS PERIGOS ,

MAS SIM MUITOS AMIGOS ,

E SEM ELES, NESTA PRISÃO, SOLITÁRIO ,

PENSEI MORRER, SAUDOSO NESTE AQUÁRIO .

DENTRO, A ÁGUA ME SALVARIA,

MAS NÃO RETORNO, MESMO EM AGONIA ,

PREFIRO AQUI FORA, É A MELHOR SORTE ,

EMBORA LIVRE, ESTOU À MORTE

QUE PELAS GUELRAS ME PENETRA.

ASSIM A MINHA ESTÓRIA :

ERA UM PEIXINHO DOURADO

QUE CAIU DO AQUÁRIO, COITADO !

... ETECÉTERA ...

... ETECÉTERA ...

... ETECÉTERA ...

-O-

ARNOLDO WIECHETECK
Enviado por ARNOLDO WIECHETECK em 22/12/2011
Código do texto: T3402335