DESERTA PROPRIEDADE
Os aspectos primitivos desta rua,
Denotavam uma deserta propriedade,
Como fosse, a quem chegasse de verdade,
Se apossando dos seus indícios e odores,
Conquistando mansamente seus amores,
Sem luxurias ou quaisquer vícios impregnados,
Como pode ser assim tão devastado,
O que antes parecia virginal,
Logo chegam pessoas e animais,
E denotam suas presenças deprimentes,
Desnorteiam quem plantou sua semente,
Num logradouro de aura tão colossal,
E assim vão surgindo os dissabores,
E remontando ao desengano abissal,
Somos levados a um caminho sem medidas,
Nos esquecendo o quanto já fomos naturais,
Outros costumes se apossam do nosso ser,
E chamam a isto de convívio social,
Que Deus nos ajude, a mais rápido entender,
Esta invasão que tomou vulto radical,
Serás mais um nesta louca correria,
Readaptando-te a todos os vícios marginais.