DESERTA PROPRIEDADE

Os aspectos primitivos desta rua,

Denotavam uma deserta propriedade,

Como fosse, a quem chegasse de verdade,

Se apossando dos seus indícios e odores,

Conquistando mansamente seus amores,

Sem luxurias ou quaisquer vícios impregnados,

Como pode ser assim tão devastado,

O que antes parecia virginal,

Logo chegam pessoas e animais,

E denotam suas presenças deprimentes,

Desnorteiam quem plantou sua semente,

Num logradouro de aura tão colossal,

E assim vão surgindo os dissabores,

E remontando ao desengano abissal,

Somos levados a um caminho sem medidas,

Nos esquecendo o quanto já fomos naturais,

Outros costumes se apossam do nosso ser,

E chamam a isto de convívio social,

Que Deus nos ajude, a mais rápido entender,

Esta invasão que tomou vulto radical,

Serás mais um nesta louca correria,

Readaptando-te a todos os vícios marginais.

Miguel Jacó
Enviado por Miguel Jacó em 17/12/2011
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