Crivo

Crivo

Um ato por traz de um fato

Amor, uma forma, um retrato

Ativo está o meu crivo

Que com um empenho vivo

Como um crisol a fundir

Do chumbo forjando a prata

Do barro meu ouro antigo

Das sombras a luz a trazer

Descanso não é descaso

Só caso com minha dor

Perdido à beira da estrada

De dia vejo terror

As curvas da vida esfria

A pressa que me acordou

Se quero sentir a chuva

Pro céu eu peço calor

Escuto a música celeste

No agreste do vil cantor

À noite o medo não chega

Não durmo enquanto há fervor

Pois meu sofrimento etéreo

É um êxtase de maior valor

Se canso, os passos aperto

De certo sei onde estou

Subindo no cimo alto

No cume planto uma flor

Espinhos nascem nas trevas

A luz cresce em meu torpor.

Brasília 22/12/2006 Evan do Carmo

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 06/01/2007
Código do texto: T338791