PENÚRIA

Quero me fustigar dessas penas.

Fazer do beijo não dado

O beijo não desejado.

Que suas mãos ausentes

Não sejam assim tão sentidas.

Que a caminhada não feita,

Não seja a que deveria ter sido.

Que o canto de luz e de despertar

Que vem junto com o sol

Não me pegue abandonado

Sobre nossos lençóis chorosos.

Que o amor não me pegue

Sentindo enormemente sua falta.

Que as visões que tenho

Se clareiem diante de uma calma cotidiana.

Que a morte seja ascensão

E que a vida me seja tênue e breve

E sátira e poética com literatura de cordel.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 11/12/2011
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