Se digo céu
De todas as estrelas vãs
Que um dia foram adereços,
Do que chamei de céu, amar
Restou-me apenas a mim
Que sendo a única estrela
Já, se existe, não vive a brilhar.
Do vasto azul de anil, sem manhãs
Que há, rico sem preço a pagar
Restou-me um cinza-morto, assim
Despejas, serôdia tristeza em não tê-la
E se digo que desejo lembrar
Faço quíça, meus anseios, tua jura vil
E no meu ser, já triste céu
Vens presente anuviar,
Apenas para me recordar
Das dores que me são um fio,
Desde outrora a lembrar
Amor soou, você partiu.
Assim vivo a escrever
E por ter á me indagar
As dores que dão no ser, momento
Desejo o não medicar, esquecimento.
Longas são as estórias que pinto
Tentando assim dizer, pressinto
Que não sou, tão pouco há
Um amor, se digo, minto...