Zéfiro
Tinha a insegurança das horas
E a incerteza da eternidade
Por isso foi dançar nas sombras
Para que da sombra se fizesse luz
E na sombra a luz iluminasse um dia
Que viria nos passos da dança,
De pântanos e de cristais
Nos braços trazia as açucenas
O capim de cheiro e a humildade
Se deliciava com o hálito das abelhas,
A virtude das folhas secas espalhando na floresta.
Carregava nas mãos as sementes das árvores
A cada vibração, ondulavam,
O trigo e as papoulas
E havia a gratidão
Dos cabelos esvoaçantes
E os sorrisos de neve
Nem a altitude da gloria e do amor
Confundiam este viajante embebecido
Pela manhã de sol e roseirais sem fim
Sinos e notas musicais
Feliz, ia compassando
O bailado da vida