As coisas do coração.

Cada texto que escrevo,às vezes se reveste de uma verdade, que a vida se apresenta em certos momentos. É o processo de desvestir. É não saber as respostas, para as perguntas, que sopram em nossos ouvidos. Saber as respostas é viver momentos de alivio, até que vem uma reformulação das perguntas, como se as coisas estivessem programadas, sem mínima chance de interferir e ou fugir do processamento. Sentimento de inoperância.

As coisas que não temos controle, sempre nos causam inquietação, vez que elas nos surrupiam horas, dias e noites em interminável martírio. Somos uma ferramenta desta onda avassaladora, que nos prega peças teatrais desconfortáveis e por mais que desejamos que o pano caísse, a plateia de pé parece pedir bis infinitamente, assim vive-se estático neste palco das emoções fugidias.

Os fantasmas sentimentais que nos roubam as palavras como um vendaval, arrastam nossas inspirações para a melancolia, que se aloja em cada verso, amontoam as saudades de tudo quanto fomos e ou deixamos de ser. A vontade de recuar, abrir a porta e respirar, mas cada vez mais com olhos vendados, trilhamos em malabarismo arriscado de uma corda não esticada e como almas aflitas, desesperadas balançamos neste terrível labirinto de emoções.

Quão bom seria, se houvesse a blindagem perfeita, para este coração desprovido de escudos e armas, que exposto à vulnerabilidade de todo tipo de ataque, que perfura o pobre coração com sofrimento, abandono e desilusão. É o vazio do coração. Assim vive a esperança de um grande amor, sem se importar, com a outra metade que se pensa ocupar este vazio, mas aí pode estar a inevitavel queda.

Logo viver sob as coisas deste coração, torna-se uma aventura um tanto quanto perigosa, pois que ele bate acelerado diante a mínima sensação de uma emoção e nos leva pelos caminhos tortuosos dos desejos, que se aglomeram como gorduras nas veias, causando uma compressão de desilusão, que deixa no ar forte cheiro difícil de inalar, como num corredor escuro e sombrio como são os porões da solidão.

Mas, isto também passa, ou se transforma em nova emoção, que nos abraça, como uma onda que se elevou neste lindo mar azul.

Toninho

14/11/2011

Da série apenas uma inspiração.

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Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios. (Martin Luther King)

Toninhobira
Enviado por Toninhobira em 09/12/2011
Código do texto: T3379943
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