De mal comigo

Hoje acordei...

P’ro céu olhei...

E observei que não havia sol.

Chovia então.

Nem sei porque eu estava tão triste...

Perguntei pra mim o que teria acontecido...

Por que o sol se havia escondido...

Não consegui me responder...

Pois que a chuva que eu via...

Eram minhas lágrimas inundando a via.

Então chorei...

Respondendo pra mim...

Numa pergunta indiscreta ...

Choras agora mente sem véu?

Por que esconder-te tanto...

Deixa o pranto sair ao léu.

Fiquei indignada comigo.

Quis brigar, insultar...

Mas não me permiti...

Tinha razões pra tal resposta.

Estava me acovardando de minha vida...

Embrulhando-a com papel.

Crepons cor de rosa eu queria...

Mas a vida me oferecia...

Papelões sem cor.

Que horror!

E como bonecas antigas...

Feitas em foram regular...

Desmanchava-me sem pesar.

Perguntava então...

Onde me encontrar...

Em algum lugar eu deveria estar....

Em meio aquela lama amassada...

Tentei me recuperar...

Reconstruir-me talvez...

Mas de maneira diferente.

Com mais altives...

Não queria mas conversa comigo...

Procuraria ir ter contigo.

Ouve-me!!!

Gritos...

Soluços...

Dor aparente.....

Pois p'ra mim agora...

Remontei-me em presente.

Cleir
Enviado por Cleir em 09/12/2011
Código do texto: T3379430
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