De mal comigo
Hoje acordei...
P’ro céu olhei...
E observei que não havia sol.
Chovia então.
Nem sei porque eu estava tão triste...
Perguntei pra mim o que teria acontecido...
Por que o sol se havia escondido...
Não consegui me responder...
Pois que a chuva que eu via...
Eram minhas lágrimas inundando a via.
Então chorei...
Respondendo pra mim...
Numa pergunta indiscreta ...
Choras agora mente sem véu?
Por que esconder-te tanto...
Deixa o pranto sair ao léu.
Fiquei indignada comigo.
Quis brigar, insultar...
Mas não me permiti...
Tinha razões pra tal resposta.
Estava me acovardando de minha vida...
Embrulhando-a com papel.
Crepons cor de rosa eu queria...
Mas a vida me oferecia...
Papelões sem cor.
Que horror!
E como bonecas antigas...
Feitas em foram regular...
Desmanchava-me sem pesar.
Perguntava então...
Onde me encontrar...
Em algum lugar eu deveria estar....
Em meio aquela lama amassada...
Tentei me recuperar...
Reconstruir-me talvez...
Mas de maneira diferente.
Com mais altives...
Não queria mas conversa comigo...
Procuraria ir ter contigo.
Ouve-me!!!
Gritos...
Soluços...
Dor aparente.....
Pois p'ra mim agora...
Remontei-me em presente.