DIFERENÇAS

Ouço música.

Melodia que nasce de bocas “diversas”.

Bocas que falam e não vêem,

que emitem surdos-sons de alma risonha.

Corpos cantantes que, em movimentos encurtados, lutam para bailar.

E bailam ao sabor de seu querer.

A platéia atenta assiste

a doce dança em cena.

Nos olhos de todos

um oceano transborda.

É o humano de cada um que chora.

Não só pelos intrépidos artistas, mas por nós

e nossas mazelas internas,

preconceitos e limitações.

Também choro.

Choro contido, escondido...

Meu incompleto ser diz-me de deficiências veladas que carrego.

De meus “aleijos” e amputações de valores.

A alma chora oceanos!

E neste fluxo intermitente navego,

pelas ondas revoltas dos mares abertos, meus.

Enquanto a mão pertinaz,

em sôfrega freqüência,

seca as lágrimas de meu pesar...

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 08/12/2011
Reeditado em 12/12/2011
Código do texto: T3378984
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