Uma Certa Menina

Era cada movimento

estonteante,

De uma sutileza peculiar.

Um falar prudente,

talvez inibido.

Um sorriso inprudente.

Em sua face,

um ar pueril,

tão jovial quanto

seu corte de cabelo infantil,

como se tivesse medo

de renunciar sua juventude.

Seu caráter simples

e sua personalidade transparente

exerciam sobre mim

uma força de atração jupteriana.

Seu comportamento singelo

transmitia ingenuidade.

Uma beleza natural,

sem ostentação.

Seus olhos... Não sei.

Dela uma vez me aproximei

e não a conquistei;

Não sei se por minha

falta de instância

ou por sua timidez.

Mesmo não a conhecendo,

vou eternizá-la:

escreverei uma prosa

e acrescentarei em minha antologia

uma certa menina

que um dia

passou em minha vida.

Raul Rosa
Enviado por Raul Rosa em 07/12/2011
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