Como me seria bom poder ir sem que perdesse meu andar
No entanto, ir significada que perderei meus passos
Perdei meu rumar definitivamente e será irreversível
Tragédia que não seja de Shakespeare não me interessa
Diante deste momento que devia ser atípico de todas as formas
Tornou-se o comum e a certeza de todos os instantes
Não importa a nada e a ninguém que este andar paralise
Na verdade nem mesmo a mim, que deveria contar, mas que não
Nada diz que é fatal este atual estar nem aqui, nem aí e nem lá
O vento carregará tal cansaço em braços inexistentes?
Não, por certo que não e ele se estabelecerá numa aceitação
Um conformismo concebido a fórceps cujas marcas persistirão
Seria e talvez mais que isto, haverá de ser uma gargalhada sarcástica
Um tom elevado que fere tímpanos sensíveis e perfurados
-Veja o passeio lento da aranha sem qualquer receio e sua precisão!
Ela está bem ali e se mostra tão serena em relação ao contexto que enjoa...